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terça-feira, 19 de junho de 2012

O Tesouro debaixo da Ponte


O Tesouro debaixo da Ponte


Bem, hoje o sol decidiu mostrar outra vez os seus encantos no momento apropriado, após um dia de chuva intensa e refrescante.
Coisa gira é que adoro todo o tipo de tempo. As flutuações de humor do mundo meteorológico encantam-me. Cada uma tem a sua intensa beleza, o seu tema… É como as pessoas!
Respiro o sol, respiro a chuva, respiro as nuvens e a neve, respiro o nevoeiro e a neblina… respiro o vento e a tempestade… os relâmpagos e os trovões… é tudo tão completo em si mesmo. Na verdade passa-se o mesmo dentro de nós. Temos estações do ano, diferentes climas e temperaturas, e quando nos permitimos aceitar que tudo isso faz parte do bailado de ser autêntico, começamos enfim a relaxar. Depois trata-se apenas de ficar no centro da nossa meteorologia, sabendo que ainda que exista num dado momento uma ou outra, não é quem somos. O que somos é neutro, total, completo, independentemente da temperatura envolvente. Se chove não te transformas na chuva, sentes-la… e, ou praguejas contra ela, ou desfrutas da sua presença, assim com desfrutas do sol ou do vento, aceitando que são apenas isso – sol ou vento.
Tudo isto para dizer que de manhã chovia intensamente. E cada um chegou ao workshop de que falei nos dias anteriores em diferentes estados de aceitação da chuva. Uns a resmungar, outros a aceitar que simplesmente é o que é, e outros ainda a apreciá-la. E a opinião de cada um sobre a chuva tão somente refletia o estado interno de cada um. Foi bonito de observar.
Mais uma vez havia pensado para mim mesma “hoje também dava jeito que à tarde quando terminarmos não estivesse a chover, para poder passear à vontade por estes belos lugares”.
E assim foi! :)
Por aqui há muitos lagos. A minha amiga Olga indicou-nos um particularmente bonito. Disse “vão pela beira do lago, sempre sempre até chegar à ponte e aí perguntam onde é a estação para apanhar o metro outra vez”.

Começámos o nosso trajeto. E fomos caminhando e caminhando à beira do plácido lago, que aqui se chama de praia. Barcos, pessoas, cães, casinhas e jardins que quase pareciam retirados de um conto de fadas em que os duendes tinham posto especial cuidado na delicadeza de toda aquela envolvência.
Nunca vi tanta gente a praticar exercício. Uns a caminhar, outros de bicicleta, outros a correr, de todas as idades, todos com um ar tão saudável! Realmente respira-se calma por estas paragens. O stress parece não ter encontrado o comboio para esta cidade, e não há lugar que a vista alcance que não tenha frondosas árvores, relvas macias e flores sorridentes. Este povo é uma prova viva de que um estilo de vida saudável compensa, pois a média de vida é de cerca de 100 anos e muitos trabalham de bom grado até bem depois dos 70 anos.

E andámos. E andámos. E nunca mais chegávamos à dita ponte. Bendita Olga! Nós dissemos que queríamos caminhar… “um pouco”, mas 40 minutos depois ainda a ponte estava lá ao fundo! Chegados à ponte! Perguntámos onde era o metro. Ainda mais 15 ou 20 minutos de caminhada – disseram-nos! Uf! E afinal havia ainda outra ponte.
Enfim chegadas à segunda ponte, mesmo debaixo da tão esperada meta, um Bar/ Restaurante onde serviam comida de fusão. Um misto de sabores suecos e do resto do mundo, combinados por hábeis mãos com refinado bom gosto! Mmmmmmmm… valeu a pena a caminhada! Que tesouro! Quem diria que este seria o nosso presente? E não era só a comida, como toda a envolvência. A decoração moderna e acolhedora. O staff atencioso, todos igualmente simpático e eficientes. Olha, sabes o que digo? Obrigada :)


Ooops... as sobremesas já foram! hehehe



E afinal de contas foi um presente constante porque a paisagem pela qual passeámos olhos e corpo era sem dúvida de uma beleza singela. Um abraço de natureza com todos os elementos combinados de forma perfeita, tal como os pratos deliciosos que degustámos com o palato e com a vista… bem, na verdade com todo o nosso sentir.
Há caminhadas que valem a pena! Valem todas a pena, diria. Cada uma é uma experiência única em si mesma. As caminhadas e os caminhos são afinal de contas o que faz de nós quem descobrimos ser, um passo de cada vez.

2 comentários:

  1. Que belo dia:)
    Kiss Sal xxx

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  2. Quem diria, hem!? O stress não mora aqui...
    Um Belíssimo poema-Vida!!!

    Cada experiência, cada caminhada, é única, sem dúvida - reside na "fortuna" de cada passo experienciado, que nos envolve e enobrece em ambiências de "lugares-Vida".
    Sob o coberto dos diáfanos mantos da "natureza construida" ou da "natureza espontânea",erguem-se, esbeltos e altivos, os suaves e delicados sabores e aromas da Mãe-Natureza, tendo em contraponto os multiplos humores reflectidos dos seres caminhantes, consoante o "seu estado de Alma"!!!
    Bem Hajas

    Artemis

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