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sábado, 22 de setembro de 2012

Eventos Curiosos


Eventos Curiosos


Ontem ocorreu um evento curioso. Como sabem, organizámos aqui em Tomar algumas atividades comemorativas do dia Internacional da Paz, com o objetivo de promover a Paz Interior, a nosso ver o único lugar onde ela realmente se encontra.
Estas atividades decorriam no Parque do Mouchão, no centro da cidade. Tinham início ás 18h, daí que eu e os meus companheiros organizadores havíamos combinado encontrarmo-nos lá por volta das 17h.
Cheguei. Sentei-me num banco do jardim, absorvendo a frescura daquele lugar mágico, ouvindo a água a correr em torno da Roda, as folhas cintilando com a doce brisa do sol, acariciadas pelas asas dos pássaros que, longe do bulício dos veículos movimentados mesmo ali ao lado, viviam ao sabor do seu próprio mundo encantado.
Mal me sentei, e após umas breves respirações profundas, ouvi um grande estrondo. Levantei-me e espreitei para fora do parque. As uns escassos metros de onde me encontrava houvera uma colisão que não conseguia bem definir, apenas via uma nuvem de poeira e alguém a sair de um dos veículos acidentados e caindo logo no chão sem forças para se deslocar. Nisto uma multidão curiosa começou a acorrer ao local e em poucos minutos havia gente, muita gente, por ali. Um ou dois minutos depois, por mero acaso, uma ambulância que se dirigia a algum lugar passou por ali e parou, felizmente prestando os primeiros socorros à pessoa que caíra. Alguns minutos depois mais uma ambulância, e depois outra e mais outra e o carro da polícia, enfim, um grande aparato. De tal forma que a rua onde ocorreu o acidente foi encerrada ao trânsito por cerca de 30 ou 40 minutos.
Eu fiquei no banco de jardim onde havia escolhido sentar-me inicialmente, observando a cena e observando-me a mim mesma.
Os meus companheiros organizadores, claro está, nunca mais chegavam devido ao corte de trânsito, e neste caso não podiam vir a pé pois traziam as taças e instrumentos necessários para o concerto meditativo programado.
Perguntava-me porque é que as situações mais dramáticas suscitam tanta curiosidade. Que teriam todas aquelas pessoas que oferecer com a sua presença ali, a não ser ainda mais confusão? Apenas lhes interessava saber o que se passara, incluindo todos os pormenores mais chocantes. Para quê? Perguntava-me eu.
De facto a tentação de ir e ver era grande. Mas não havia qualquer justificação. Tudo isto mesmo antes de um evento dedicado à Paz Interior, com uma palestra em que um dos temas abordados seria precisamente a necessidade de escolhermos o que realmente queremos nas nossas vidas: Paz ou Drama? E eu ali, fazendo a escolha, mais uma vez, como em tantas outras ocasiões, de não participar no drama, sabendo que apenas a minha Serenidade poderia facilitar a rápida resolução de todo o cenário, enquanto que toda aquela gente por ali a observar apenas atrapalhava, nada mais.
Somos movidos para o drama como as traças para a luz. Sem nos questionarmos onde estará esse interruptor que de repente se liga inadvertidamente. Basta apenas pararmos e tornarmo-nos conscientes desses hábitos automáticos e sermos pro-ativos em ver de reativos. Não é a escolha da multidão que determina o que me parece a escolha acertada para mim e para o bem comum. É a minha consciência. Mas para ouvi-la tenho que estar disponível. Parar, serenar, ouvir e escolher.
É para mim uma responsabilidade social, adquirirmos esta capacidade de parar, serenar, ouvir e escolher conscientemente o que serve o propósito da Paz e o que já não serve mais. Isto é se queremos realmente que exista Paz no mundo. Pelo menos no nosso, podemos fazer a diferença. E depois quem sabe os efeitos que essa Paz terá no teu coração e no dele e no dela e no deles e no de todos…
É que ao satisfazer a nossa curiosidade inexplicável pelo drama, apenas o alimentamos e magnificamos. Intensificamo-lo com os nossos comentários e de cada vez que o mencionamos e contamos uns aos outros. Apenas e tão só servimos a confusão e o ruído, a luta e o desequilíbrio. Nada mais.
Eu escolho a Paz.
Bem haja a todos.







2 comentários:

  1. AMIGA,
    Não tenho palavras para exprimir, quanta "Abundância" de Paz de Espirito, eu vivi, em plenitude, sentindo, "passo a passo", os acordes da Respiração Consciente, em Celewbração!!!
    Bem Hajam
    Artemis

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  2. Obrigada querida amiga :) E reine a PAZ :)

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