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domingo, 28 de julho de 2013

PAZ

PAZ


Pediram-me para escrever algo sobre a Paz por ocasião do Dia Internacional da Paz que a ONU agora instituiu para dia 21 de Setembro.

Poderia dizer muitas coisas bonitas sobre o assunto, mas prefiro partilhar algumas considerações fundamentais, a meu ver, se o que se quer é Paz.

Nem todos querem Paz. Este é o primeiro ponto a ter em conta. E a Paz não pode ser imposta ou impingida a alguém que não a queira. Afinal de contas todos têm direito às suas próprias experiências, sejam de que tipo forem. É esse o propósito da vida na Terra e do dito Livre Arbítrio sobre o qual não me alongo no contexto desta partilha.

Depois há os que dizem que a querem mas vivem de forma diametralmente oposta à dita Paz que querem. Estes são a grande maioria dos que habitam no nosso lindo planeta Terra. É principalmente a estes últimos que me dirijo hoje. Por isso, se tu és uma daquelas pessoas que dizem que o que querem é Paz mas que tem dificuldade em encontra-la e vivê-la, o que se segue é para ti.

A vida na Terra está plena de distrações, manipulações e seduções. No meio de toda esta salada de frutas- de jogos -diria, há que discernir o que serve o propósito do que queremos e não queremos vivenciar. 
Discernir e escolher.

O problema é que o discernimento requer tomar consciência, o que por sua vez requer tomar responsabilidade e consequentemente assumir-se – no dito bem e no dito mal – assumir-se.

Só depois de aceitar que somos o motor da nossa realidade e que o reflexo espelhado do que acreditamos é o que constantemente se manifesta, é que podemos realmente começar a escolher. Até lá a escolha é feita por todas as nossas crenças, hábitos e padrões.

Ora bem, agora voltando ao assunto da Paz. O stress, a ansiedade e a preocupação tomaram conta do mundo dito moderno. De tal forma que se instalou o vício da adrenalina – hormona necessária à sobrevivência, não à vivência.

Estimulantes como o drama indispensável, o consumismo de todas as espécies, o trabalho como valor mais alto, o sexo como paliativo, a droga e os restantes vícios como alienantes, a televisão e o cinema como thrillers constantes, a coscuvilhice como entretenimento, toda a espécie de jogos competitivos de poder em todas as áreas, o excesso escasso e a escassez excessiva, o fanatismo político, religioso e desportivo… tudo formas eficazes de afastar qualquer um da Paz que busca – são no entanto o “prato do dia” à mesa de qualquer comum mortal.

Se o resultado que se quer é diferente, há que mudar então a conduta, pois a mesma conduta só pode conduzir ao mesmo resultado, exacerbado exponencialmente pela prática constante dos mesmos hábitos dissonantes – qual bola de neve.

Tens na tua vida muitos motivos de stress? Sentes ansiedade com frequência? Preocupas-te com facilidade? Vês ou lês as notícias todos os dias? Há pessoas que te irritam compulsivamente? Perdes a calma nas mais diversas situações? Há conflitos internos entre a forma como vives o teu trabalho e a tua família? Culpas-te constantemente por isto ou aquilo? Evitas normalmente dizer o que sentes? Não consegues encontrar tempo para cuidares de ti? Dispersas-te por centos de ocupações? Achas que não mereces… seja o que for que achas que não mereces? Achas que o bem-estar dos outros depende da tua ajuda permanente? Sentes-te tenso/a com frequência? Usas maioritariamente o teu tempo a lutar por algo ou contra algo? Há episódios frequentes de violência no teu dia-a-dia, sejam eles físicos ou verbais, envolvendo-te diretamente ou a que assistes apenas como espetador? Filmes ou cenas de terror despertam-te a atenção e ficas preso/a a esses eventos com facilidade? A tua mente parece-se com um engarrafamento de vozes constantes cujo ruído é de tal maneira incomodativo que procuras sempre ter som de fundo (rádio, TV, MP3, MP4 etc)? As tuas escolhas diárias derivam do medo do perigo de seja o que for? A negatividade geral permeia os teus pensamentos e emoções? Muitos ou alguns dos teus relacionamentos são permeados pelo conflito e desarmonia?

Se sim, sim e sim à maioria destas perguntas, ainda achas que é com os outros que deves ocupar-te em vez de contigo mesmo/a?

Isto é, se é Paz que dizes que queres, não te parece que tens o suficiente para resolver na tua própria vida para poderes eventualmente viver em Paz sem teres que “casar-te” com os dramas do mundo inteiro também?

Há sim, há muitas distrações e é fácil perdermo-nos no labirinto de todas as solicitações externas.
No entanto, sem coerência não é possível concretizar nenhum objetivo concreto – como por exemplo o da PAZ.

Quando a tua Presença emanar Paz e quando a tua realidade for um reflexo disso, então trarás Paz ao mundo SENDO. Não será uma Paz imposta, não terá a ver com teres concertado nada nem ninguém, não será por teres que salvar seja quem for, será por Seres quem ÉS, na Realidade. Tudo o resto é ilusório.
Ser seletivo é essencial. Não será por te envolveres na luta, por veres os dramas constantes que a televisão e outros meios de comunicação te seduzem a ver, não será por participares de infindas verborreias de má língua contra isto ou aquilo, que vais chegar a SER PAZ. Coerência, repito, é fundamental.

Quando vives em Paz, quando emanas Paz, quando és Paz, aí sim, prestas um precioso serviço à humanidade, no mundo inteiro, pois essa vibração fica impressa no tecido da consciência global e cria um potencial novo para todos. E prestas este serviço em total Compaixão sabendo que todos têm o Livre Arbítrio de experienciarem o que mais lhes aprouver, ainda que a ti te pareça inapropriado. Deixa, aliás, de te parecer inapropriado. É o que é. E tu És o que ÉS.

Há apenas um senão. É que para chegares ao ponto de equilíbrio que por sua vez é a raiz da Paz e te permite viver em profunda serenidade, há que passar através do pântano, tal como a flor de lótus (mais conhecida como nenúfar!!!). E passar pelo Pântano dói… e a sua negritude assusta. É ao pântano interno que me refiro, claro. E para além de doer dá trabalho, pois requer atenção constante – aquilo a que se chama de consciência – requer-te atento/a a tudo em ti e à tua volta, ao teu mundo. E requer responsabilidade pelas tuas criações e coragem para deitar todas as estruturas criadas em ti abaixo e escolher/criar de novo, o que na prática quer dizer sair completamente fora do padrão comum, largar tudo o que conheces como certo e sabido e descobrir-te de novo para além da identidade que te representava.

É isto, a PAZ. Queres? Faz algo por isso, não ao participar da sua antítese mas desfazendo-a de dentro para fora.

Apenas um Mestre está realmente ao serviço. Tudo o resto são jogos.




3 comentários:

  1. Maravilhoso Testemunho Vivencial de PAZ, minha Amiguinha!!!
    Quando nos “permitimos e escolhemos” SER-o- EU, ou seja, a voz do coração, ou o “motor da nossa realidade”, então cada SER vivencia e emana PAZ, com a sua Presença, em plenitude e completude!!!
    Um XI-CORAÇÃO infindo desta minha Voz de Alma, associando-me a tantas outras “vozes de coração”.

    Artemis

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  2. Grande xi coração com todo o Amor querida Mestre :)

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  3. Sim! Eu quero...Sim! EU SOU!

    Obrigada por tão lúcidas partilhas...
    Começo a tomar consciência dessa Paz interior capaz de mudar a vibração do mundo.

    Grata, por me permitir adicionar à sua lista de seguidores.

    Amor e Paz!!!

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