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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Manual O Fluxo da Abundância 12

Dívida ou Dádiva


Observando as dinâmicas relacionais entre os seres humanos eis que me dei conta que uma das coisas que nos mantém presos àquilo a que chamamos de “destino” é a constante dívida. Ambos, destino e dívida, são em última instância ilusórios, mas mantêm-nos agarrados à suposta “fatalidade do destino” inalterável.

Muitas coisas nos seduzem no plano terreno. As mais básicas são a comida e o sexo. O prazer de ambos mantém-nos numa espécie de hipnose viciada que dita as nossas escolhas uma e outra vez. São como que as seduções primordiais e delas deriva a primeira sensação de dívida permanente. No primeiro caso, dívida para connosco, para com a nossa saúde, imagem, prazer e no segundo caso dívida entre uns e outros. Aliás, um dos grandes palcos da luta ancestral pelo suposto Poder, ilusório também, é a relação sexual em que em vez de existir uma troca energética equilibrada, geralmente existe sempre um que domina de alguma forma o outro e que cria, em última instância o padrão da “dívida”. Como um dá ao outro o que ele entende precisar, esse outro mantém-se preso a essa necessidade e para obter os favores sexuais dos quais não pode prescindir, está permanentemente em dívida.

Para além deste panorama mais pessoal e íntimo temos depois o reflexo social, nos relacionamentos de toda a espécie – em que há sempre determinada dose de sentimento de “dívida”.

Surge em relação à imagem pré-concebida de Deus também – em que se criou o conceito de que se deve sempre algo em troca da sua clemência e perdão, compreensão e aceitação.

Veja-se por exemplo a forma como os bancos funcionam nas sociedades modernas. Utilizam a dívida para manter os seus clientes presos, para enfim auferirem os seus lucros que investem da forma que entendem mais proveitosa.

Temos, mais adiante o conceito de “dívida cármica”. Ou seja, quer nos lembremos ou não, estamos sempre em dívida permanente com este ou com aquele, e isso determina a qualidade das nossas interações e escolhas.
Estamos pois sempre em dívida para connosco, para com os outros, para com a sociedade em geral, para com Deus...dívida, dívida, dívida.

E qual o sentimento que ressalta permanentemente da dívida? A culpa!!!

A culpa mantém-nos presos à roda repetitiva e sedutora do “Pequeno Eu Humano”! A culpa gera de alguma forma a necessidade de castigo ou redenção – que é em si o que significa “Karma”, mas noutra língua – e por sua vez tudo se reduz à DÍVIDA.

Estar em dívida permanente é estar a esvair-se por todos os poros, a usar a nossa energia de forma ineficiente e caótica, e por isso a ter que ir buscá-la aos outros em vez de gerá-la por nós próprios.

E se nos tornássemos eficientes no nosso uso de energia?

Sim, é possível sair da roda repetitiva de dívida permanente – a dita roda do Karma.

E como?

Por escolha.

É assim tão simples, sim.

Mas requer assumir a responsabilidade pela nossa humanidade, aceitar que tudo está em perfeita ordem, convidar a nossa Essência a integrar-se enfim connosco e confiar sem limites. Confiar que não há nem nunca houve escolhas erradas, simplesmente experiências diversas. Confiar que a nossa soberania é e sempre será, independentemente das nossas experiências. Confiar que tu és Deus também, e que embora te tenhas esquecido, foi essa a motivação básica de todas as tuas experiências. Confiar que não importa. Não importa o que digas e o que faças porque tarde ou cedo, de uma forma ou de outra, todos encontram o caminho de volta para casa – ou por outras palavras, a casa mostra-se sempre a quem a aceita em si.

Sei que isto te preocupa. Se largares a dívida podes tornar-te “mau”, “incorreto”, “vil”... É preciso pois entrar em profunda Compaixão. Um Amor tão grande, tão vasto, tão incondicional que finalmente aceitas tudo em ti, tudo o que foste e és, tudo o que fizeste e disseste, sem julgamento algum. Aí percebes a ilusão do jogo do Poder, do jogo da dívida e deixas de o jogar. Por isso não andas para aí a “matar” ninguém, nem a abusar de ninguém, nem a roubar de ninguém. Quando descobres quem és e aceitas plenamente que És o que És, e inicias uma verdadeira relação de Amor com a tua Essência, quando largas a busca, a luta, a necessidade de ser algo que já És e sempre foste- tudo muda.

Sente agora para ti. O que seria da tua vida sem a dívida (de todas as espécies)? Que possibilidades se abrem? Que novos caminhos se mostram?

Esta é a dádiva de Ser, e quando És, esse Amor que emanas é tão intenso que impregna tudo por onde passas. Dádiva permanente. Simples. Sem esforço.

E já agora, se não precisasses de te esforçar para gerar dinheiro para poder pagar as tuas contas...etc...etc...o que farias com a tua vida? O que manterias e o que eliminarias se fosses totalmente abundante em todos os sentidos, livre de dívida?

Já olhaste para as duas palavras dívida e dádiva?

A dívida divide a vida e dádiva dá à diva – a Deusa, energia criadora em ti – que, com as letras trocadas é VIDA. Quando dás à Diva (e por sua vez à Vida) abres-te para receber o que a Vida tem para te dar também, enches-te dessa abundância e dás essa qualidade de Ser abundante de volta à Vida. Assim, és o SIM permanente, aberto para receber, aberto para criar, aberto para dar... só porque SIM.

Pssst...Já olhaste para os teus nãos?

Lembra-te, ainda que não te pareça, tudo está perfeito em toda a criação, pois tudo o que É... simplesmente É.




Exercícios de Reflexão


O que seria da tua vida sem a dívida (de todas as espécies)? Que possibilidades se abrem? Que novos caminhos se mostram?


Se não precisasses de te esforçar para gerar dinheiro para poder pagar as tuas contas...etc...etc...o que farias com a tua vida?

O que manterias e o que eliminarias se fosses totalmente abundante em todos os sentidos, livre de dívida?


Já olhaste para os teus nãos? Quais são?


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